- macenadoctor
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Transfusão e hemostasia
Sex Ago 06, 2021 9:10 pm
- Caso clínico:
- “Por que na minha família?”Carminha está muito preocupada desde que descobriu que a sua filha mais nova, Jaqueline, agora com 2 meses de idade, foi diagnosticada com anemia falciforme através do teste do pezinho. Ela foi informada inicialmente por Ruth, a enfermeira da USF Caruaru, que a doença era grave, apresentava muitas complicações e não tinha cura. Ruth também informou que Jaqueline teria que ser tratada no HEMOPE em Recife, já que em Caruaru não há serviço de referência para acompanhamento dos casos de doença falciforme. Carminha então perguntou como ela pode ser encaminhada para Recife, já que não tem condições de ir até lá. Ruth informou que existe na secretaria um serviço chamado TFD, que resolve esse tipo de situação.
No final da consulta, sabendo que se tratava de uma doença genética, a enfermeira solicitou a eletroforese de hemoglobinas para Carminha, Jaqueline, Roberto (seu atual marido) e para o primogênito de Carminha, o Augusto, de 6 anos, fruto do seu primeiro casamento, e que nunca teve seu teste do pezinho realizado.
Semanas depois, os resultados dos exames saíram, e ela foi mostrá-los à médica da unidade. Dra. Bárbara então falou que o exame de Augusto foi alterado, com o padrão A-TAL, mas não sabia explicar de que doença se tratava. Além disso, Bárbara informou que Carminha e o marido eram portadores de traço falciforme (padrão AS) e que deveriam ter realizado esse exame antes da gravidez de Jaqueline.
Atordoada depois de tantas informações, e preocupada com as enfermidades que a anemia falciforme pode causar, Carminha demonstra seu sofrimento falando para a médica: “Meu Deus, por que isso aconteceu com minha família?”. A médica, então, responde com uma certa indiferença: “O 'problema' é que vocês são moreninhos, negros… sei lá... Isso também pode lhes trazer outras doenças”. Carminha, ainda mais angustiada com a resposta da médica da unidade, questiona-se quanto à sua própria cor, se isso realmente a torna diferente dos demais, se poderá mesmo ter mais doenças e transmitir isso aos seus familiares.
Cinco anos se passaram e muitas das preocupações que tinha com o cuidado da sua filha não se concretizaram, e ela estava em paz com o atendimento e o apoio que recebeu dos profissionais no HEMOPE. Por outro lado, já não sentia o mesmo em relação ao atendimento recebido na USF e nas UPAs, que se tornaram frequentes em função das crises álgicas e febris de Jaqueline, quando muitos profissionais afirmaram que “tinham medo” de prescrever medicações para a sua filha. Carminha também estava cansada de ter que "andar" com a sua filha para vários serviços e profissionais, e sentia falta da ajuda de Roberto, seu marido, nestas situações.
Porém, nada a tinha preparado para o que estava por vir. Há 3 dias Jaqueline começou com uma gripe, mesmo tendo tomado todas as vacinas indicadas para ela. Rapidamente essa gripe se agravou, levando a tosse, dispnéia e dor no peito. Foi levada para a emergência do HEMOPE que a diagnosticou com pneumonia com consequente síndrome torácica aguda. Como a pneumonia progrediu rapidamente e a dispnéia estava acentuada, os médicos indicaram transfusão sanguínea com concentrado de hemáceas. Poucas horas após a transfusão, Carminha notou que a filha estava sangrando pelo acesso venoso no braço. O médico assistente suspeitou de reação transfusional e pediu exames, que evidenciaram plaquetas baixas e TTPA, TP e TT aumentados. Rapidamente, solicitou transfusão de plasma e plaquetas.
Ao sair da UTI Carminha cruza com Vanete, uma amiga de sala de espera e que a conforta e convida para a próxima reunião do grupo de apoio de mães de crianças com anemia falciforme.
- macenadoctor
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Transfusão sanguínea
Sex Ago 06, 2021 10:44 pm
- Definição:
- Sangue:
- Hemácias
Leucócitos
PLaquetas
Plasma
- Aloimunização:
- Pós-exposição: transfusão não-compatível, gestação
Antígeno D (Rh + ou -)
"Natural": desde o nascimento- ABO
A= N-acetilgalactosamina
B= Galactose
Existe ainda o O bombay que é bem presente na índia e não recebe nem mesmo do O-
Compostos do meio ambiente possuem H, A e B, gerando aloimunização natural (isoaglutininas)
- Indicações:
- Hemorragia aguda:
- Perda > 30% (> 1,5L)
Perda > 15% (>750 mL) + estado crítico, anemia e/ou de cardio/pneumo/cerebrovascular prévias
- Pré-operatório:
- Distúrbio da hemostasia
Perda prevista ≥ 250 mL/h ou ≥ 1 L
Transfundir se Hb < 8 g/dL, Ht < 24%
- Presença de comorbidades (cardio/pneumo/cérebro):
- Transfundir se Hb < 10 g/dL , Ht < 30%
- Demais casos:
- Transfundir se Hb < 7 g/dL, Ht < 21%
- Anemia que cause:
- Paciente Hígido: Hb < 7 g/dL, Ht < 21%
Comorbidades: Hb < 9 g/dL, Ht < 27%
- Concentrado de plaquetas:
- Sangramento +
Plaquetas < 50 000/mm³
Disfunção plaquetária (ex. AAS, TS > 12 min)
Pós-CEC + plaquetas < 150 000/mm³
Uso terapêutico
Sem sangramento +
Procedimento invasivo + plaquetas < 50 000/mm³
Cirurgia neuro/oftal + plaquetas < 100 000/mm³
Pós-QT + plaquetas < 10 000 s/ febre
Pós-QT + plaquetas < 20 000 c/ febre- Plasma fresco congelado (contém todos os fatores de coagulação):
- 1. Intoxicação cumarínica
2. Insuficiência hepática
3. CIVD
4. Coagulopatias hereditárias (exceto hemofilia A)
5. PTT (púrpura trombocitopênica trombótica)
Na presença de sangramento OU procedimento invasivo + INR/Rel PTTa > 1,5 (exceto na PTT onde serve como Tratamento básico)
15-20 mL/kg peso
- Crioprecipitado (fibrinogênio, fator VIII e fator von Willebrand):
- Principal indicação: CIVD
Dose 1 bolsa para cada 5 kg peso
Aumento de fibrinogênio em 70-100 mg/dL
Também importante na deficiência do fator XIII
- Hemocomponentes:
- Definição:
PFC- reaquecimento lento-> centrifugação-> CRIO (Fibrinogênio, fator VIII, fvWb)
Doador- plaquetaférese-> CPDU-> evita aloimunização HLA
Sangue volta para o doador
- Sangue total:
- Boa opção em choque hemorrágico- mas não há sangue suficiente
Usamos nas forças armadas
- Prazos de validade:
- CHA (geladeira): 35-42d (depende de conservante)
Plaquetas (temperatura ambiente- agitação contínua): 5d
PFC e Crio (-18ºC): 1 ano
- Efeitos clínicos:
- CHA: aumenta Hb 1g/dL, Ht 3%
Plaquetas: aumento de 5-10 k plaquetas (dose adequada)
PFC: aumento de 2% [Todos os fatores de coagulação]
Crio: Aumento de fibrinogênio, Fator 8 e fator vWb
- Rastreio de sangue doado:
- Sífilis
Chagas
HIV, HBV e HCV
HTLV I e II
Malária- áreas endêmicas
CMV: Receptor em transplante anti-CMV IgG-
RN de mãe anti-CMV IgG- ou desconhecido
Transfusão intrauterina
CMV em doação de sangue causa citomegalovirose disseminada
- Testagem pré-transfusional:
- Tipagem sanguínea: Forward type: mistura sangue com anti-soro
Reverse type: mistura o soro com sangues
Identifica grupos grupos ABO e Rh
Screening de aloanticorpos: Hemácias do paciente com outros grupos sanguíneos e mistura com o soro do paciente para achar aloanticorpos
Prova cruzada:Amostra da bolsa + sangue do paciente
Não aglutina: compatiblidade ABO, Rh e ausência de aloanticorpos contra outros grupos
► Numa emergência, receptor Rh (-) pode receber de Rh (+)- se mulher em idade fértil, ministrar anti-D
- Processamento dos hemocomponentes:
- Leucodepleção: centrifugação lenta
Filtro de leucócitos na coleta da doação
↓ Reação febril não-hemolítica
↓ Efeito imunomodulador
↓ Aloimunização HLA
↓ Risco de CMV
Lavagem: remover o plasma da bolsa (aproximadamente 20% do volume)
↓ Reação alérgica transfusional (deficiência de IgA)
Irradiação: Inativa leucócitos remanescentes pós-filtração
Matar células nucleadas- porque sobram as hemácias
↓ Doenças enxerto x hospedeiro transfusional (receptor imunossuprimido; parentes de 1º grau)
Lavagem: Remover o plasma da bolsa (
- Reações adversas:
- Imune:
- Reação febril não-hemolítica:
- Anticorpos anti-HLA no soro do receptor x leucócitos do doador
Calafrios e ↑ T ≥ 1º C, sem outra causa aparente
↑ Risco: politransfundido e multíparas
Prevenção: leucodepleção
Conduta: para transfusão + antitérmico
Bom prognóstico
- TRALI:
- Anticorpos Anti-HLA no soro do doador x leucócitos do receptor
A síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) em até 6h após transfusão
↑ Risco: sangue de multípara, tabagismo/etilismo
Transplante hepático, receptor doente crítico
Prevenção: sangue de homem ou nulíparas
Conduta: suporte
- Reação hemolítica aguda:
- Isoaglutinina no soro do receptor (incompatibilidade ABO; erro operacional)
Dor no acesso, febre + calafrios, dor torácica, abdominal e lombar
Taquidispneia, hipotensão, urina escura minutos após início
Laboratório: hemólise + CIVD + IRA
Conduta: parar, hiper hidratar (+ lasix/manitol)
- Reação hemolítica tardia:
- Isoaglutininas no soro do receptor em baixos títulos (grupos não ABO)
Hemólise 1-2 semanas após memória imune
↓ Ht volta aos níveis pré-transfusionais
Laboratório: hemólise, Coombs + e prova cruzada
- Reação alérgica:
- Alergia a proteínas do plasma do doador
↑ Risco: deficiência IgA
Branda= urticária; Grave= anafilaxia
Conduta: para, anti-histamínico, volta a transfundir (branda)
Para, adrenalina + corticoide + anti-histamínico, não volta a transfundir (grave)
Prevenção: branda- pré-medicar com anti-histamínico
Grave- CHA lavado/ PFC de alguém com deficiência de IgA
- graft versus host disease (GVHD) transfusional:
- Leucócitos do doador persistem e "atacam" tecidos do receptor
Risco: imunodepressão profunda, parentes de 1º grau
Febre, rash, diarreia, hepatopata, aplasia MO 8-10d pós-transfusional
Péssimo prognóstico (↓ resposta ao tratamento)
Óbito em 3-4 semanas
Prevenção: CHA irradiado se algo alto risco
- Púrpura pós-transfusional:
- Autoanticorpo antiplaquetário induzidos pela transfusão
- PTI pós-transfusional-
Mulheres
Plaquetopenia progressiva 7-10d
Conduta: imunoglobulina IV ± Plasmaférese
- Não imune:
- TACO (injúria aguda na transfusão):
- Função cardíaca ruim, infusão rápida demais ou volume excessivo
Edema agudo pulmonar cardiogênico.
A clínica é muito parecida, mas na TRALI há uma hipotensão, na TACO é hipertensão
Conduta: suspensão temporária, diurético, VNI
Prevenção: infusão lenta
- Hipotermia:
- Infusão rápida demais ou volume excessivo, sem aquecimento prévio
CHA= 4º C, PFC/CRIO = -18ºC
Arritmias + diátese hemorrágica
Conduta: reaquecer o paciente
Prevenção: sistema de aquecimento
- Hipercalemia:
- Bolsa velha- hipocalcemia e alcalose metabólica (Citrato- quelante de Cálcio)
Neonatos e DRC: somente CHA novo
Hipocalcemia e alcolose : Tratamento específico só se grave
- Coagulopatia dilucional:
- CHA tem pouco plasma e não tem plaquetas
Conduta: transfusão de plaquetas: sangramento ativo + plaqueta < 50 000/mm³
Transfusão de plasma: sangramento ativo + TAP/PTT alargados
- Hemotransfusão "maciça":
- Definição:
- Troca de volemia por CHA, > 8-10 bolsas/24h
Principais: TACO; Hipotermia; diátese hemorrágica; hipercalemia, hipocalcemia e acidose metabólica
- Hemocromatose secundária:
- Paciente recebe > 100 CHA ao longo da vida (> 20g Fe)
Principais órgãos: disfunção hepática, cardíaca e endócrinas
Prevenção: transfundir só o necessário, alternativa é a EPO
Tratamento: Desferoxamina IV
Deferasirox VO
- Episódios hipotensivos:
- Bolsa "velha" em usuário de IECA (diminui níveis de bradicinina)
↓ PA durante a transfusão
Tratamento: trendelenburg, hidratação venosa
- Sepse:
- Contaminação de bolsa por bactérias
↑ Risco com plaquetas (Yersina, S. aureus)
Choque séptico fulminante em horas (≠ RFH)
Prevenção: sistemas automatizados
Tratamento: interromper, ATB (Bacilo gram negativo e Coco gram positivo) + suporte
Cefalosporina de IV e vanco
- macenadoctor
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Distúrbios da hemostasia
Sáb Ago 07, 2021 2:28 pm
- Definição:
- Parar sangramento, impedir novos episódios e resolver os problemas
INR: fator tecidual (colágeno)Hemostasia primária Hemostasia secundária Principal ator Plaquetas Fatores de coagulação Função Faz parar de sangrar "tampão plaquetário" Impede voltar a sangrar "rede de fibrina" Locais de sangramento Pele: petéquias < púrpuras < equimoses
Mucosas: gengiva nasal
Subcutânea, SNC, hematoma pós-vacina
HEMARTROSE
Modo de sangrar Não para
Para, mas depois volta
- Hemostasia primária:
- Adesão: Glicoproteína VI liga-se ao colágeno exposto- ligação fraca
Glicoproteína Ib liga-se ao vWillebrand- ligação forte
Ativação plaquetária: Plaquetas degranulam (tromboxano A2-AAS- e ADP- clopidogrel-)
Trombina: prepara a plaqueta para agregar
Agregação: glicoproteína IIb/IIIa agrega plaqueta com plaqueta
Fator I(fibrinogênio): corda que amarra a IIb/IIIa de uma com a outra plaqueta
- Hemostasia primária na prática:
- 1) problema na quantidade: trombocitopenia
Exame: ↓ Plaquetas- Causas:
- Púrpura trombocitopênica imune idiopática:
- Principal causa de plaquetopenia isolada
Fisiopatologia: opsonização por IgG e lise esplênica
Clínica: aguda, autolimitada, asssintomática
1 mês pós infecção (IVAS) ou vacina
Diagnóstico: Clínica + exames de plaquetopenia, às vezes esplenomegalia
Tratamento: Observação: maioria
Prednisona ± Ig IV quando plaquetas < 20 000 ± Trombopoietina ± esplenectomia
Casos mais graves: plaquetas
- Púrpura trombocitopênica imune por heparina:
- Fisiopatologia: Após o primeiro uso de heparina ocorre a imunização, e quando se usa pela segunda vez tem-se a reação
Qualquer dose: + com a não fracionada
Após 5-10d do início da droga
Anticorpos contra heparina se ligam ao fator 4 plaquetário (PF4)
Opsonização e lise esplênica
Clínica: Plaquetopenia e trombose (venosa e TEP normalmente)
Tratamento: Suspender heparina ± inibidor da trombina (dabigatran) OU Inibidor fator Xa (Rivaroxaban)
- Púrpura trombocitopênica trombótica:
- Fisiopatologia: ↓ ADAMTS 13 que regula o tamanho do fator vWb
↑ fator vWb -> gasta mais plaquetas
Ativação e consumo plaquetário: trombose e trombocitopenia
Hemólise com esquizócitos
Microtrombos com isquemia no SNC, no rim também
Clínica: mulher, 20-40 anos
1) Febre
2) Plaquetopenia
3) Anemia hemolítica microangiopática (esquizócitos)
4) ↓↓ Nível de consciência
5) Azotemia leve
Diagnóstico: Atividade da ADAMTS 13
Tratamento: Plasmaférese; corticoide/rituximab/não dar plaquetas
2) Problema na qualidade: disfunção plaquetária
Exame: ↑ Tempo de sangramento (TS) [Normal: 3-7 minutos]
Plaquetometria normal- Causas:
- Hereditária: Glanzmann falta IIb/IIIa
Bernard-soulier- falta Ib (e surgem as macroplaquetas)
Tratamento: transfusão de plaquetas
Adquiridas: Uremia, drogas anti plaquetárias
Tratar a causa
- Doença de von Willebrand (vWb):
- Distúrbio hereditário + comum da hemostasia
Tipo 1 (80%): ↓ Leve do fvWb: exames normais
Tipo 2 (15%): níveis normais (↓ qualidade): TS alargado
Tipo 3 (< 5%): ↓ Grave do fvWb: disfunção de plaquetas: TS alargado e ↓ fator 8 - hemofilia A
fvWb e fator 8 são produzidos pelo endotélio vascular, o fvWb protege o f8, por isso quando há menos fvWb temos diminuição do fator 8 que causa o PTT alargado;
Tratamento: leve ou prevenção: desmopressina (DDAVP)
Grave: crioprecipitado ou fator VIII
- Hemofilia:
Via intrínseca (35 s): PTT
Via extrínseca (14 s): TAP-INR
Via comum: PTT + TAP-INR
Fator XIII não é dosado porque só funciona no vaso sanguíneo
A fibrina é que se agrega e o fator XIIIa é que se torna o elo entre as fibrinas
INR- fator tecidual (colágeno)
- Hemostasia secundária na prática:
- Problema na via intrínseca (VIII, IX, X)
PTT alargado + TAP (INR) normal- Causas:
- 1) hemofilia A, B e C (fatores 8, 9 e 11)
Guardar: hermatrose e hematoma pós vacina
Droga
Heparina não fracionada (HNF)
Anticorpos contra fatores: Hemofilia adquirida
Problema na via extrínseca: VIII
PTT normal e TAP (INR) alargado- Causas:
- 1) ↓ Herediária do fator VII: raríssimo
Drogas: cumarínico (anti vitamina K- fatores II,VII, IX, X)
3) hepatopatia (↓ fatores): classificação de Child-Pugh
4) colestase (↓ Vitamina K)
3) e 4) são normalidadeos com Vitamina K 3d parenteral
Se o INR normalizar é uma hepatopatia, se não normalizar é uma colestase
PTT + TAP (INR): alargam
Pedir: fibrinogênio + tempo de trombina
Tempo de trombina só avalia função se fibrinogênio normal- Causas:
- 1) CIVD
Fisiopatologia: liberação do fator tecidual
Lesão capilar (microangiopatia) hemólise + esquizócito
Consumo plaquetário: ↓ plaquetas e ↑ TS
Consumo de fatores de coagulação: ↑ TAP e PTT, ↑ Fibrinogênio e ↑ Tempo de trombina
Microtrombos de fibrina com isquemia sistêmica
Fibrinólise: ↑ PDF (produto da degradação da fibrina- fibrina quebrada) + ↑ D-Dímero
- Problemas na hemostasia secundária:
- Sangramento secundário + PTT + TAP (INR) normais
- Causas:
- 1) deficiência do fator 13 (só age no vivo)
PTT e TAP não dosam o XIII
Diagnóstico: teste de solubilidade da ureia (+)
Tratamento: plasma: todos os fatores
Crioprecipitado: fibrinogênio, VIII, fvWb
Complexo protrombínico: V, II, X, I
Coagulopatia não melhorou com plasma: diagnóstico: inibidor de fator "hemofilia adquirida" tratamento é complexo protrombínico
Problemas cumarínicos: INR > 9-10 e/ou sangramento leve: suspender + vitamina K VO
Sangramento grave: (suspender) + (plasma ou complexo protrombínico) + (Vitamina K IV)
Problemas com heparinas: Sangramento leve: reduzir infusão ou suspender
Sangramento grave: suspende e inicia sulfato de protamina
A cada 1mg antagoniza 100U de HNF ou 1mg HBPM
- Curiosidades:
- Deficiência do Fator VIII e IX são recessivas do cromossomo X, sendo mais raras em meninas
A deficiência do fator XII não causa sangramento anormal, mas tem prolongamento do PTT
A deficiência do fator XIII não causa prolongamento nem de PT nem PTT, mas tem classicamente hemorragia intracraniana e o coto umbilical.
No RN aparecem mais deficiência por fator VIII e fvWb
O diagnóstico diferencial da púrpura fulminante neonatal inclui coagulação intravascular disseminada, bem como deficiências de proteínas C e, menos provavelmente, proteína S. O complexo de proteína C / S é responsável pela inativação dos fatores V e VIII.
Os tipos 1 e 3 são devidos a uma deficiência parcial ou total do VWF, enquanto as variantes do tipo 2 são devidos a defeitos funcionais específicos no VWF. No tipo 2A VWD, há uma ausência de multímeros de alto e médio peso molecular. O ensaio de agregação plaquetária induzida por ristocetina com ristocetina em dose baixa é importante para o diagnóstico de VWD tipo 2B.
A varfarina é um antagonista da vitamina K que interfere na gama-carboxilação das proteínas dependentes da vitamina K (fatores II, VII, IX e X e proteínas C e S). Para entender como tratar adequadamente uma criança com varfarina, é preciso conhecer a meia-vida das proteínas afetadas. A meia-vida do fator VII é curta (~ 5 horas ou menos em crianças mais novas), enquanto a dos outros 3 fatores varia de 12 a 24 horas. Após uma dose de ataque de varfarina (que aliás não é recomendada), o nível de fator VII pode cair abruptamente levando a um rápido aumento no INR. O INR nesta vinheta medido no dia seguinte à dose de varfarina reflete apenas o efeito sobre o fator VII. Uma vez iniciada a dose de manutenção, leva de 5 a 7 dias para atingir o nível de equilíbrio (e inferior) dos fatores com meia-vida mais longa (fatores II e X). Assim, o INR inicial elevado reflete apenas o efeito da dose de carga no fator VIII, enquanto o INR subterapêutico no dia 10 reflete a redução equilibrada de todo o fator de coagulação dependente da vitamina K.
É importante entender que o TPA é uma enzima que cliva o plasminogênio em plasmina e que a plasmina é a proteína efetora que lisa o coágulo de fibrina. Na ausência de plasminogênio, o TPA não tem efeito. Após a administração de TPA, deve-se procurar um efeito lítico evidenciado por uma diminuição (freqüentemente substancial) do nível de fibrinogênio junto com um aumento no D-dímero. A ausência desse efeito nesses testes laboratoriais deve levantar a preocupação de que o paciente não tem uma quantidade suficiente de plasminogênio circulante e plasma fresco congelado deve ser administrado. Nesta vinheta, teria sido apropriado fazer isso mesmo depois que o primeiro conjunto de testes de laboratório não mostrou nenhum efeito. Simplesmente mudar de um medicamento fibirnolítico para outro não será eficaz. Embora mudar para heparina não seja irracional, dados os sintomas desta criança e a decisão inicial de tratar com TPA, mudar para heparina seria menos apropriado do que dar plasma fresco congelado. A aspirina inicial não é indicada, pois não ajuda a dissolver o coágulo e é mais eficaz na prevenção da trombose arterial do que tratá-la.
A Síndrome de Ehlers-Danlos, um distúrbio primário do colágeno no qual os pacientes apresentam hipermobilidade articular, pele hiperelástica e sintomas de sangramento mucocutâneo.
A Síndrome de Hermansky-Pudlak, um distúrbio caracterizado por albinismo e disfunção plaquetária, porém nesse distúrbio os estudos de agregação plaquetária são anormais.
Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) é uma síndrome caracterizada pela ativação sistêmica da coagulação sanguínea, com ativação e consumo dos fatores de coagulação, e consequente trombose de pequenos e médios vasos, podendo ocasionar disfunção orgânica e sangramentos.
A leucemia promielocítica aguda é conhecida por causar CIVD. As crianças com PTI geralmente têm boa aparência e, além disso, não teriam anormalidades no teste de coagulação, a menos que tivessem uma hemorragia maciça. Como essa informação não é fornecida, deve-se supor que a resposta se refere a ITP descomplicado. A hipofibrinogenemia congênita não deve deixar uma criança tão doente, nem deve levar à trombocitopenia.
O principal tratamento é para a doença base. Hemoderivados pode ser indicado em certas situações (sangramento grave, complicações trombóticas), mas não controla a CIVD. A exsanguineotransfusão reverterá os achados laboratoriais e talvez ajude nos sintomas de sangramento ou coagulação, mas também não controlará a DIC. O tratamento da CIVD requer o tratamento da condição que originou a CIVD.
Algumas doenças de absorção impedem a vitamina K de trabalhar perfeitamente, como é o caso da fibrose cística.
Fatores 1, 2 e 7 são produzidos exclusivamente no fígado, por isso, em falha aguda hepática fulminante, esses são os fatores em deficiência.
O fator VIII e o fator de von Willebrand são normalmente ainda mais elevados em recém-nascidos do que em adultos normais, enquanto os fatores IX e XI são normalmente mais baixos. O fator XII também é menor no período neonatal; entretanto, essa deficiência não causa sangramento.
A hemartrose precisa ser resolvida com o fator VIII, então podemos resolver rapidamente com transfusão de plasma ou desmopressina. Atualmente, não é mais aconselhado o uso de plasma, aí só usamos o crioprecipitado.
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